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domingo, 28 de junho de 2009

Aglaé Fontes revela a origem dos festejos juninos‏



As comemorações dos santos juninos misturam a tradição e a modernidade, demonstrando asmudanças na cultura popular com o passar do tempo. Os festejos de junho têm origem nos antigos povos europeus e encontrou lugar fértil para se estabelecer no nordeste do Brasil. Para conhecer a história das festas juninas, confira entrevista com a professora e pesquisadora Aglaé Fontes.



Qual a origem da autêntica festa junina?
AGLAÉ FONTES - Como fomos colonizados pelos portugueses, toda a religiosidade do ciclo junino é de influência portuguesa. Apesar disso, temos que voltar mais no passado. Os povos antigos festejavam neste período que, por coincidência é o nosso período junino, o solstício de verão. O sol mudava de posição e eles iam louvar a fertilidade dada pela terra, através de festas, orgias, sacrifícios.

Qual a participação da Igreja Católica nessa história?
AF - A Igreja percebeu o poder da festividade do solstício e pensou numa forma de atrair também as pessoas através de outras formas de comemoração. Eu digo que a Igreja lançou um véu cristão sobre o solstício de verão, ocorrido neste período, que é de verão na Europa. Então, a Igreja descobriu outras coisas importantes que acontecem neste período. Santo Antônio morreu dia 13, São João nasceu dia 24, São Pedro foi morto no dia 29 com São Paulo, que é outro santo do mesmo ciclo. Pronto, estava criada a história para desviar os festejos do solstício do aspecto profano.

O que aconteceu quando o costume dos festejos chegou ao Brasil?
AF - Daí, quando vieram para o Brasil, trouxeram o costume de louvar aos quatro santos, com novenas, trezenas, procissão. Só que o povo não se satisfaz apenas com o lado sagrado. Então, no nordeste, esse costume encontrou um campo fértil para se estabelecer e o que era solstício de verão, na Europa, coincidia com o nosso período de inverno, que também traz a fartura na terra, na cultura do milho, da laranja, mandioca, amendoim. Além disso, a religiosidade se integrou ao espírito do nordestino. O costume se espalhou e também se popularizou.

No início, como era comemorada a festa?
AF - No interior, o costume era fazer a festa junina em casa, os arraiás eram montados na própria rua e na frente da casa tinha uma fogueira com um pé de mamão, representando a fertilidade, sempre presente nos festejos. Então, no ciclo temos as danças, costumes, comidas, louvores aos santos e amores. Não é por acaso que depois do São João há uma fertilidade maior porque há uma permissividade maior durante os festejos e sempre tem mais gente para louvar o São João no ano seguinte.

Como começaram as comemorações em Aracaju?
AF - Todos os festejos, inclusive os de Aracaju, começaram pelo lado religioso muito antes dos louvores na colina do Santo Antônio. Naquele bairro, as pessoas armavam seus altares na sala da frente da casa e faziam seus louvores. Os festejos de Aracaju começaram naquelas imediações e era um evento particular, de vizinhança, nos sítios. Depois tornaram-se maiores quando as igrejas entraram com as comemorações, no caso da igreja do Santo Antônio que, anualmente, realiza uma grande comemoração, atraindo pessoas com suas promessas, louvores e pela fé.

Qual a origem das quadrilhas juninas?
AF - As orquestras francesas vinham tocar no Brasil colonial e, trazidas pelo poder, se apresentavam nos palácios entre os nobres, não era popular. Eles traziam as músicas que estavam na moda na Europa e a quadrilha era uma delas. Era uma dança também influenciada por danças rurais da Inglaterra, mas veio para o Brasil marcada em francês, muito calma. As músicas eram marchas. O povo só podia assistir aos nobres dançando de longe. A quadrilha se apresentava também nas festas de casamento dos filhos dos nobres, por isso que o noivo e a noiva sempre dançavam nas nossas quadrilhas juninas.

O que mudou nas quadrilhas?
AF - Quando o costume se popularizou, o povo não sabia falar francês e começou a criar outras expressões para a marcação da quadrilha. O povo também não tinha dinheiro para comprar os vestidos riquíssimos, feitos com fazendas nobres, que vinham da França para a nobreza se vestir. Então, no lugar do veludo, aproveitava o algodão, os florais dos tecidos de chitão, que eram acessíveis ao povo, e começaram a fazer a quadrilha. Isso se estabeleceu na zona rural, nas cidades do interior do nordeste.

E como elas surgiram em Sergipe?
AF - Surgiram também marcadas, em voz alta. Hoje, a quadrilha acelerou o ritmo, aproveita outras músicas e inseriu um ritmo de influência inglesa, vindo também com as missões, que foi aportuguesado para ‘xote’. A dança incorporou o baião, músicas cantadas e a marcação é feita com gestos. O conjunto não é mais uma orquestra, e sim, um trio com a zabumba, o triângulo e a sanfona. Daí, a dança foi se adaptando à nossa realidade cultural e as mudanças aconteceram, o que é normal em qualquer cultura.

Dessas mudanças, existem as que a senhora considera significativas?
AF - Sim, e outras terríveis. Acho significativo o fato de a quadrilha ter se multiplicado em Sergipe. Já tivemos anos com mais de cem, em Aracaju, e hoje temos cinqüenta, mas também tinham aquelas que apareciam só no mês de junho e depois se dissolviam. Hoje tem muitas quadrilhas que permanecem, isso é positivo. Outro aspecto positivo é que as pessoas começaram a ter mais orgulho de sua cultura.

E quais são as mudanças negativas?
AF - Quando as quadrilhas surgiram em Aracaju, cada uma se vestia do jeito que queria, no estilo junino. Hoje as quadrilhas têm figurinista, coreógrafo e se tornaram verdadeiros balés populares do ciclo junino. A roupa é bonita, mas os trejeitos no ombro e o sacudir das saias são coisas incorporadas estranhamente, não foi uma mudança natural, mas imposta pela coreografia feita para disputar concurso. Em outra época existia também uma idéia negativa de caracterizar as pessoas do interior, com roupas remendadas, como se fosse de matuto. Mas um matuto em dia de festa não se veste com rasgados, então era algo caricato e muito desagradável para representar o personagem da zona rural.

Fonte: Portal Infonet

sábado, 27 de junho de 2009

Livro Geração Digital André Telles


Geração Digital transforma a internet e o mundo corporativo


Interatividade, mobilidade e acesso as mídias digitais ambientou o surgimento de uma geração tecnológica


O planejamento de marketing para negócios nas novas mídias digitais, otimização nos mecanismos de busca, as redes sociais, web 2.0 com conteúdo colaborativo, as opções de interatividade e mobilidade promovidas pela tecnologia e a geração que convive com estas mudanças são apresentados no livro Geração Digital, de André Telles, lançado recentemente pela editora Landscape. Hoje no Brasil são mais de 65 milhões de usuários de internet. Segundo o autor, a geração digital é contemporânea à revolução cultural promovida pela internet e utiliza intensamente os recursos tecnológicos digitais para relacionamento e comunicação.

O livro Geração Digital aborda o surgimento da geração e traça estratégias no campo do recente marketing digital, fornecendo conteúdo para potencializar e aperfeiçoar desempenho de posicionamentos nos mecanismos de busca do Google e estratégias de marketing para redes sociais como o Orkut, Youtube, Twitter, Flickr, MySpace. O livro apresenta ainda uma série de cases que utilizaram as novas mídias para criarem campanhas de sucesso.

Um deles é o case detalhado do marketing político planejado especialmente para geração digital: a eleição do presidente americano Barack Obama. O chamado Mobile Marketing, voltado para os aparelhos de celulares (hoje são mais de 145 milhões de aparelhos no Brasil) também é abordado no livro Geração Digital, além de estratégias para comunicadores instantâneos, como o Windows Live Messenger, o conhecido MSN.

André Telles é pioneiro na pesquisa e atuação com marketing digital no Brasil, escreveu em 2005 Orkut.com, primeiro livro a tratar de Redes Socias sob a ótica do marketing. Telles é sócio da agência de marketing digital Mentes Digitais e presta consultoria em marketing digital e planejamento em novas mídias digitais em todo o Brasil.

Começa a disputa na Academia Sergipana de Letras

Começa a disputa na Academia Sergipana de Letras
Duas cadeiras estão vagas e são disputadas por três acadêmicos. As eleições ocorrem nos dias 13 e 27 de julho - 26/06/2009 - 07:03


Academia Sergipana de Letras e os candidatos/Fotos: Arquivo InfonetEstão marcadas para os dias 13 e 27 de julho, as eleições para vagas na Academia Sergipana de Letras. O desembargador Vladimir de Souza Carvalho é candidato único à Cadeira 25, antes ocupada pelo imortal Manoel Cabral Machado. Já os candidatos Domingos Pascoal e Murillo Melins, disputam a Cadeira 17, antes ocupada por Mário Cabral.

São 38 acadêmicos aptos a votar nos dias 13 e 27 de julho e três candidatos que terão a responsabilidade, quando eleitos de ocupar as cadeiras deixadas pelos ilustres Manoel Cabral Machado e Mário Cabral. Como candidato único, o desembargador federal Vladimir de Souza Carvalho afirmou ter esperado a hora certa.

“Eu esperei o momento oportuno para a disputa. Acho a academia muito grande e não teria como fazer campanha em busca de votos. Além de não ter tempo, por trabalhar entre Recife e Aracaju. Agora vou disputar comigo mesmo”, ressalta.

Vladimir de Souza Em busca de votos

Enquanto o historiador Vladimir de Souza não precisa correr atrás de votos, Domingos Pascoal e Murillo Melins já entraram na disputa. Ambos estão confiantes na vitória com a responsabilidade de substituir à altura o intelectual Mário Cabral na Cadeira 17.

“Estou pronto para a disputa, até porque já sou do movimento cultural há dois anos e com o surgimento da vaga não pensei duas vezes. Estou confiante”, enfatiza o acadêmico Domingos Pascoal.

“Mário Cabral era um crítico, um poeta que fazia um trabalho sobre Aracaju e eu também possuo essa linha que destaca a capital sergipana. Com isso, decidi concorrer à vaga deixada por ele, para dar continuidade às obras que falam sobre a nossa cidade”, destaca Murillo Melins.

Perfis dos candidatos



Vladimir de Souza Carvalho é desembargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Candidato único à Cadeira 25 possui vários livros de contos, poesias, história municipal, folclore e direito. Contos: “Quando as cabras dão leite” (1971), “Mulungu Desfolhado (1994), “Água de Cabaça” (2003), “Feijão de Cego”, que será lançado no dia 28 de agosto em Itabaiana. Na poesia: “Sinal Verde, trânsito vermelho” (1972), “Dois Instantes e uma saudade” (inédito). Na história municipal: “Santas Almas de Itabaiana Grande” (1973), “A República Velha em Itabaiana” (2000) e “Vila de Santo Antonio de Itabaiana”, que também será lançado em 28 de agosto, data em que Itabaiana passou de vila para cidade. No folclore: “O Caxangá na história de Itabaiana” (1976), “Apelidos em Itabaiana”, “Adivinhas Sergipanas” (1999) e no Direito: “Da Justiça Federal e sua Competência” (1980), Vladimir de Souza colabora com a publicação de artigos no jornal Correio de Sergipe.





Domingos Pascoal de Melo é advogado, professor e servidor público aposentado do Tribunal Regional do Trabalho. É candidato à Cadeira 17, deixada por Mário Cabral. Tem como publicação, o livro: “Experimente Mudar”, sobre comportamento humano. Possui cerca de 70 artigos publicados no Portal Infonet e na Revista Perfil.








Murillo Melins é funcionário público (auditor municipal) aposentado. O memorialista também é candidato à Cadeira 17, visando dar continuidade ao trabalho do ilustre Mário Cabral. Suas publicações são: “Aracaju Romântica que vi e vivi” (três edições) e está preparando “Aracaju Pitoresco”. Murillo Melins “Manual de Judicatura Aplicada” e “Competência da Justiça Federal” (sete edições publicadas). E em preparo, “Manual de Competência da Justiça Federal”.



Por Aldaci de Souza