Páginas

quinta-feira, 28 de maio de 2009

JANE, meu amor, cadê TARZAN?



Dr. Mindlin

Olá, pessoal! Vejam a reportagem da TV Globo que passou no Bom dia Brasil sobre a biblioteca e nosso projeto na USP.Embora seja curta, ficou muito boa.

O link é http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL1160623-16020,00-BIBLIOTECA+DE+JOSE+MINDLIN+PODERA+SER+ACESSADA+PELA+INTERNET.html

FONTES DE ALENCAR, NOVO PRESIDENTE DA ANE

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ESCRITORES - BRASÍLIA-DF

A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ESCRITORES elegeu novo presidente, com a vitória da chapa en cabeçada pelo escritor ministro FONTES DE ALENCAR, que teve como vice-presidente o também escritor JOSÉ CARLOS BRANDI ALEIXO.


FONTES DE ALENCAR nasceu em Sergipe, formou-se em Direito na Universidade Federal de Pernambuico, onde também concluiu o doutorado. Em Sergipe, foi juiz em várias comarcas, corregedor geral, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça do Estado, além de professor de Direito Penal e Teoria Geral do Processo na Universidade Federal, e diretor de jornais. Em Brasília foi ministro do Superior Tribunal de Justiça. Escreve prosa, poesia e se dedica a pesquisas literárias. Figura entre os organizadores do Livro da Rua ( Série Escritores Portugueses Clássicos). Seu mais recente trabalho, editado pela Thesaurus, foi História de Polêmica, que envolve Rio Branco, Rui Barbosa e Gumercindo Bessa. No Jornal da ANE, vem publicando, regularmente,, estudos como O Poeta de " Epopéia dos Condores", sobre a obra de Samuel Lilo, Machado de Assis, Olavo Bilac e Guillmo Valencia; O Cisne de Outras Margens; Lembrança de Joaquim Nabuco; Bleste Gana e vários outros artigos de reconhecido valor literário.


O novo presidente da ANE pertence ao Insituto Histórico do DF, à Academia Brsiliense de Letras, ao Insituto dos Advogados e à Academia Sergipana de Letras.

RECORDAR É VIVER? - ADOLESCÊNCIA

Em fevereiro de 1946, deu-se o meu primeiro encontro com Maria Montez. Foi no Cine “Guarany", que ficava na esquina da Rua de Estância com a Av. Pedro Lalazans.

_ Boa tarde, D. Iáiá
_Boa tarde, meu filho. Como vai seu pai?

De repente, aquela risada e a voz alegre:
Jovem, como vai? Cadê o “Velho”?
Era Augusto Luz por baixo da cabeleira branca.
Entrei sem pagar.
Quando começou o filme, lá estava ela, Maria Montez, minha musa encantadora. Linda! Suave.
Daquela tela, então enorme, passou o olhar flamejante por sobre a platéia e parou bem em cima de mim. Percebeu a minha presença, mas disfarçou por causa de John Hall, Turhan Bey e Sabu.
De noite não dormi direito. Se me cobria, sentia um calor horrível... Se me descobria, não agüentava o frio...Sono superficial, inquieto...até as quatro da manhã..
Mal adormecia, ela ria para mim...
Não sei como fui trocá-la por Deanna Durbin, ali mesmo no “Guarani”. Talvez influenciado pela voz maravilhosa.
"Que voz, Que insônia...
Os suores noturnos...
Quando faltava dinheiro para o bonde 5, eu saia da Praça Fausto Cardoso, a pé, subia a Rua de Estância, e lá chegava ofegante, para o "encontro marcado”... Mas, Companhias de Teatro chegadas ao Rio Branco, que ficava na Rua João Pessoa, hoje Calçadão, roubaram-me do " Guarany" e da "deusa de Joba, série " avançadíssima " tecnicamente.
Ainda vejo os " homens voadores "...
O Rio Branco deu-me a chance de conhecer as maiores estrelas do teatro da época: Procópio Ferreira, pai da Bibi Ferreira, Eva Tudor, Iracema de Alencar, Vanda Lacerda, Milton Carneiro, Mário Brasini e outros.
Na porta interna do Rio Branco, sempre estava Juca Barreto. O bom Juca: sempre elegante: sapato "Fox" marrom e branco, sola fina. Roupa de "borracha" (era o tecido masculino da época), camisa social branca, colarinho impecavelmente bem passado, e sem gravata. Na bilheteria, seu irmão Paulo Barreto, dramaturgo que faria sucesso, logo mais, com a sua peça: “O HOMEM QUE PRDEU A FÁ". Seu intérprete: Edinal Resende.

Lá na tela do Rio Branco fui 'apresentado' ao meus novos amores. Durante os anos 48 e 49, entraram-me pelo coração adentro:
Betty Hutton “O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA), Anne Sheridan (" EM CADA CORAÇÃO UM PECADO”), linda Darnel e Alive Faye (" ENTRE A LOURA E A NORENA”),
Tyrone Powel, Douglas Fairbanks, Dick Haymes e Cornel Wilde tremiam de ciúmes quando me viam na platéia.

Ainda hoje ouço a voz rouca de Lauren Bacal, dizendo-me entre os lençóis:

“Bogard não vai lhe perdoar isto..."

Antes de levá-la para casa, passeamos no bonde 2, para mostrar-lhe a beleza da Colina do Santo Antônio...
Dez horas da noite já era madrugada em Aracaju.
Algum movimento de boêmios, em direção ao “Bela Vista” - perto do Vaticano, ou em busca da pensão de Marieta.

PENTÁCULO DO MEDO

Quando eu era um dos membros do Conselho Estadual de Cultura, fui designado relator do Processo n.006/78-CEC.

Interessado: Poeta SANTO SOUZA
Assunto: Submete à apreciação dos CONSELHOS ESTADUAL DE CULTURA sua obra poética “PENTÁCULO DO MEDO” para o fim de edições com o aval com o aval do Governo do Estado.
Que grandeza!
Quanta humildade!
Um homem da envergadura intelectual de SANTO SOUZA, humildemente se submetia a julgamento.
Um nome nacional, carregando sobre a cabeça os loiros de notáveis vitórias, ali, estava, representado pelo seu livro, tranquilamente, perguntando se merecia comemorar os seus vinte e cinco anos de poesia, lançando mais uma de suas grandes obras.
Que exemplo para a juventude!
Com os ombros cheios de estrelas e o peito reluzente das mais importantes condecorações - nenhuma por bom comportamento - parecia não perceber que estava nos dando uma lição de extrema dignidade e altivez.
Em meio a estes pensamentos, sou fuzilado pela voz do Presidente Antônio Garcia Filho para ser o Relator do Processo:
“Designo o Conselheiro Clodoaldo de Alencar Filho para ser o Relator do Processo”.

Mal consegui começar a abrir a boca... Ia gritar - “NÃO”!
A voz do Presidente ressoou na sala:
“Designação aprovada por unanimidade”.

Ele sabia de designação não precisava de votação e, conseqüentemente de aprovação e, muito menos, por unanimidade. Ás vezes tenho a impressão que ele, poeta e médico, percebeu que meu universo tinha sido abalado. Notou, certamente, que eu ia entra em pane ou pânico. E contra-atacou com a tal designação: “designação aprovada por unanimidade” Acedi com um "aceito" de quem vai casar de” livre e espontânea", na base do” Sim, Senhor... "Seu” Delegado” Terminou a sessão. Botei o Processo embaixo do braço e sai...

Pela madrugada, após terrível insônia, me veio

“O SENHOR É MEU PASTOR
E NADA ME FALTARÁ. "

Pela manhã, cedinho, tomei coragem e comecei a ler “PENTÁCULO DO MEDO”,
Dias depois, com misto de nervosismo e orgulho, bebi um gole d água, temperei a garganta, e li meu Parecer para os ilustres confrades do CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA que, graças a Deus, aprovaram-no por unanimidade. Ei-lo:

O antropólogo norte-americano Loren Eiseley contou uma história fantástica.
A tal história foi utilizada pelos escritores Louis Pawels e Jacques Bergier no seu famoso livro “O DESPERTAR DOS MÁGICOS”.

Transcrevo-a:

"Descobrir outro mundo, diz, ele, não é apenas um fato imaginário. Pode acontecer aos homens. Aos animais também. Por vezes, as fronteiras resvalam ou intermeteram: basta estar presente nesse momento. Vi o fato acontecer a um corvo. Esse corvo é meu vizinho: nunca lhe fiz mal algum, mas ele tem o cuidado de se conservar no cimo das árvores, de voar alto e de evitar a humanidade. O seu mundo principia ou minha vista acaba. Ora, uma manhã, os nossos campos estavam mergulhados num nevoeiro extraordinariamente espesso, e eu me dirigia, às apalpadelas, para a estação.
Bruscamente, à alturada dos meus olhos, surgiram duas asas negras, imensas, precedidas por um bico gigantesco, e tudo isso passou como um raio, soltando um grito de terror tal, que eu faço votos para que nunca mais ouça coisa semelhante. Esse grito perseguiu-me durante toda à tarde. Cheguei a consultar o espelho, perguntando a mim próprio o que teria eu de tão revoltante...
Acabei por perceber. A fronteira entre os nossos dois mundos resvalara, devido ao nevoeiro. Aquele corvo, que supunha voar à altitude habitual, vira, de súbito, um espetaculoso, contrário, para ele, às leis da natureza. Vira um homem caminhar no espaço, bem no centro do mundo dos corvos. Deparara com a manifestação de estranheza mais completa que um crivo pode conceber: um homem voador...
Agora, quando me vê, lá do alto, solta pequenos gritos, e reconheço, nesses gritos a incerteza de um espírito cujo universo foi abalado. “Já não é nunca mais será como os outros corvos...”

Quando terminei de ler 'PENTÁCULO DO MEDO”, fiquei parado.
Não conseguia pensar.
Depois, pensei muito. Foi pior. Tantos pensamentos... Por qual deles começar?
Diante de mim, também a imagem horrível do REGIMENTO INTERNO com seus prazos.
“PENTÁCULO DO MEDO" é uma obra muito densa. Faz-se necessário um tempo para ser digerido

terça-feira, 19 de maio de 2009

APRESENTAÇÃO DO LIVRO "ARACAJU ETC & TAL", DE ALENCAR FILHO, À ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, por JORGE AMADO

O livro “ARACAJU ETC & TAL” foi lançado lançado na Capital de Sergipe por ocasião da posse do seu autor, Alencar Filho, na ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS, em fevereiro último, numa festa que reuniu os intelectuais, os homens públicos, os mestres universitários, os boêmios e muita gente do povo, comprovando quão significativa e estima é a presença desse escritor na vida cultural e popular de sua terra. Realmente Alencar Filho é um dos responsáveis pelo movimento cultural de Sergipe, orientando sempre a sua ação fecunda no sentido de valorizar, impulsionar e revitalizar a criação do povo em seus mais diversos aspectos.

Um menino da poderosa família Alencar, do Ceará, pujante. Veio para Sergipe na década de 20, o poeta Clodoaldo de Alencar, figura ímpar, homem de vasta cultura literária, tradutor de poesia francesa, um patriarca de quem tive a alegria de ter sido amigo. Tornou-se um mestre sergipano, mestre da vida e da poesia, e sua família, ao exemplo do clã cearense, floresceu nas letras e nas artes, fecunda e brilhante. Juristas, escritores, artistas, os filhos de Clodoaldo continuam a trajetória do pai.

Três deles me são particularmente caros: o artista plástico Leonardo, cuja obra ganhou ampla dimensão na Bahia e cujo nome fez conhecido e admirado nacionalmente: pintor, desenhista, gravador; poeta Hunald de quem apresentei o primeiro livro à Academia, há alguns anos, e que desde então só tem feito crescer em seu canto e o autor de “Aracaju Etc & Tal”, a quem conheço e estimo desde quando começou quase menino, a trabalhar dom temas folclóricos, a fundar grupos de teatro, a exercitar os mais diferentes meios de divulgar a cultura: espetáculos nas escolas, rádio, festejos, imprensa, televisão, universidade.

Nessa trajetória de incansável trabalho, tem contato com a colaboração de sua mulher Aglaé Fontes, ela também intelectual de alta qualidade. A atividade de Alencar Filho impulsiona realmente a vida cultural sergipana, é fator de propostas válidas e de múltimas realizações.
por JORGE AMADO

segunda-feira, 18 de maio de 2009

CANHÕES E TRINCHEIRAS NA PRAIA FORMOSA

Na madrugada de 13 de julho de 1924, a cidade do Aracaju era sacudida por cruento tiroteio, alimentado pelo matraquear das metralhadoras do 28º Batalhão de Caçadores, cuja corporação havia sido sublevada pelo capitão Eurípedes Esteves de Lima e tenentes Augusto Maynard Gomes, João Soarino de Melo e Manuel Messias de Mendonça, para apoiar a Revolução Paulista de 1924, que havia estourado na cidade de São Paulo, a 5 de julho, sob a liderança do general Isidoro Dias Lopes, major Miguel Costa, João Cabanas e Joaquim Távora, contra o Presidente da República, Artur da Silva Bernardes.

O objetivo desse movimento de oposição a Bernardes, era pôr fim à oligarquia do Partido Republicano Paulista e Partido Republicano Mineiro, que impunham sempre em seus conchavos os presidentes, impedindo assim que se manifestasse livremente o desejo do povo na escolha do Chefe da Nação. Crises militares foram uma constante na primeira fase da República, mas, a partir de 1922, elas ganhariam um novo protagonista: a oficialidade de baixa patente, de que decorreu a denominação "Tenentismo".

Encarnando as aspirações da classe média urbana, esses revolucionários pugnavam pela adoção do voto livre e secreto e pela moralização dos costumes políticos. O primeiro levante tenentista teve lugar no final do governo do Presidente Epitácio Pessoa, com a Revolta do Forte de Copacabana. Enfrentando uma grave crise militar, provocada pela publicação na imprensa de cartas ofensivas às Forças Armadas, atribuídas ao candidato Artur Bernardes, Epitácio Pessoa determinou o fechamento do Clube Militar e a prisão do seu presidente, Hermes da Fonseca.

Dois meses depois, a 5 de julho de 1922, revoltaram-se as guarnições dos fortes do Vigia e de Copacabana, neste último sob o comando do capitão Euclides Hermes da Fonseca, filho do ex-presidente. A revolta, contornada em dois dias, não teria maiores conseqüências, não fosse o episódio dos Dezoito do Forte de Copacabana, quando o tenente Antônio Siqueira Campos e dezesseis companheiros negaram-se a capitular e marcharam para a praia, onde receberam a adesão do civil Otávio Correia.

Ali, enfrentaram sozinhos as tropas do governo. No combate, morreram os tenentes Nilton Prado e Mário Carpenter e o civil Otávio Correia. A Revolta de 13 de Julho, associada ao 5 de Julho, marca o inicio do movimento tenentista em Sergipe. Os revoltosos atacaram o Palácio do Governo, que foi defendido pelo tenente Stanley Fernandes da Silveira. Na luta, morreu o soldado José Martins de Castro e saíram feridos o cabo Marcílio Cordeiro Santa Bárbara e o soldado Manuel Inácio Teles. No ataque ao Quartel da Policia Militar, situado na antiga Rua da Frente, hoje Ivo do Prado, onde funciona a Secretaria da Educação, morreu o soldado José Rodrigues de Oliveira e muitos ficaram feridos.

O Telégrafo Nacional e a Estação Ferroviária, esta última, localizada nas proximidades do Mercado Thales Ferraz, foram ocupados simultaneamente. Recolhiam-se presos ao Quartel do 28º Batalhão de Caçadores, então, localizado na atual Praça General Valadão, onde, hoje, está edificado o antigo Hotel Pálace de Aracaju, os oficiais que não aderiram ao movimento, a começar pelo seu Comandante, Major Jacinto Dias Ribeiro, capitães Augusto Pereira, Misael Mendonça e Galdino Ferreira Martins e os tenentes Heráclito d'Ávila Garcez, Antenor Cabral, João Batista de Matos e José Figueiredo Lobo, filho do ex-Presidente do Estado de Sergipe, José Joaquim Pereira Lobo. Na mesma madrugada era também preso o Chefe de Polícia, Ciro Cordeiro de Farias, e a resistência do governo estadual ficava fraca e acéfala, tendo os revoltosos ocupado todos os pontos estratégicos da capital.No dia seguinte, o Presidente (Governador) do Estado, Dr Maurício Graco Cardoso, era preso e recolhido ao Quartel do 28º BC, juntamente com alguns auxiliares do primeiro escalão, entre eles o Dr. Hunald Santaflor Cardoso e o Secretário Gera1 do Governo, Dr. Carlos Alberto Rolla.

O governante ficou incomunicável enquanto durou a Revolta. Formada a Junta Governativa, logo passou-se à convocação de reservista e de voluntários. Aracaju estava em pé de guerra. Enorme era o aparato bélico nas suas ruas e areais. Preocupados com um possível desembarque de tropas contrárias pelo mar, os revoltosos cuidaram logo de minar a barra do Rio Sergipe e de estacionar o canhão SERGIPE, nas brancas areias da Praia Formosa, voltado para o canal. Ali, também, colocaram mais dois canhões, um denominado de UNIÃO FAZ A FORÇA e o outro conhecido por 42, mortífera arma alemã da Guerra de 1914. Na Praia Formosa cavaram várias trincheiras e levantaram barricadas com sacos de areia. A resistência à possível reação dos bernardescos não ficou só em Aracaju.

O tenente Maynard deslocou tropas para a Vila do Carmo, atual Carmopólis, ao Norte, visando conter o Batalhão Hercílio Brito, que marchava contra as suas posições com mais de 80 homens em armas e muitos cangaceiros procedentes do Baixo São Francisco. Tropas de Maynard foram ainda enviadas para São Cristóvão e Itaporanga D'Ájuda, ao Sul. Sabia-se, outrossim, que partia de Simão Dias uma coluna comandada pelo coronel Pedro Freire de Carvalho, objetivando defender o Presidente c Estado, em poder dos revoltosos. Em Salvador, o general Marçal Nonato de Faria era encarregado pelo Governo Federal de restabelecer a ordem em Sergipe, sufocando a Revolta e reconduzindo ao Governo o Dr Graco Cardoso.

Para essa tarefa contou com mais de mil homens, procedentes de várias unidades militares, a começar pelo 20º BC, de Alagoas; 21º BC, de Pernambuco e 22º BC, da Paraíba. Contou, mais, com soldados das Policias Militares da Bahia e de Alagoas, além do Batalhão Hercílio Brito. Na verdade, só os revoltosos do 28º BC cumpriram o articulado com os seus camaradas paulistas. Em São Paulo, o Governo Federal reagiu logo, bombardeando a cidade às cegas, atingindo civis e residências.

No final de julho o cornando revolucionário evacuou a cidade, dirigindo-se parte de suas tropas para o sul onde se juntou às forças do capitão Luís Carlos Prestes, e parte para Catanduva, onde ainda houve uma resistência por alguns meses. As tropas de Prestes haviam surgido no Rio Grande do Sul, como decorrência da Revolução de 1924. Quando se uniram à Coluna Paulista, formaram um novo destacamento revolucionário, a Coluna Prestes, ' que por quase três anos percorreu 36.000 km pelo interior do Brasil, através de quase todos os Estados, divulgando o programa revolucionário do tenentismo e travando uma série de combates com as forças do governo.

O restabelecimento da ordem legal em Sergipe tornava-se, contudo, missão espinhosa para o general Marçal Nonato, desde quando te ria que cumpri-la sem derramamento de sangue e sem negociar condições de rendição com os revoltosos. Por outro lado, o capitão Euripedes Esteves de Lima, em nome da Junta Governativa, anunciava às autoridades e ao povo em geral que os revoltosos estavam preparados para reagir a qualquer provocação ou afronta.

Dizia, mesmo, que a deposição do Dr. Graco Cardoso não se prendia à política estadual, absolutamente. Atendia isso sim, a movimento revolucionário. O primeiro choque das revoltosos com o Batalhão Hercílio Brito aconteceu nos arredores de Carmopolis e os ribeirinhos fugiram desesperados ao primeiro tiro de um velho canhão. No Rio de janeiro o Congresso Nacional decretava no dia 14 de julho o estado de sitio sobre São Paulo, que se estendia aos Estados de Sergipe e Bahia. Respaldado com instrumentos legais, o general Marçal nato montou a operação para restabelecer a legalidade em Sergipe.

Seria uma campanha conjunta de mar e terra. Para isso contou com navios da Marinha de Guerra e locomotivas da Ferrovia Leste Brasileiro. Devido às dificuldades ao desembarque que teriam as tropas legalistas na Praia Formosa, o executor do sitio em Sergipe preferiu desembarcá-las nas praias da Estância.Com efeito, no dia 24 de julho, por cerca das 10 horas, os navios Comandante Miranda, Iris, Maraú e Canavieiras singravam as águas do Rio Real e Piauí, desembarcando as tropas e os equipamentos no Crasto, em Santa Luzia do Itanhy. Defronte da praia do Mangue Seco, ficando ao largo o contra-torpedeiro Alagoas.

O cerco aos revoltosos apertava. O general Nonato proclamava a 25 de julho, na Estância, que todos os atos praticados pela Junta Governativa estavam nulos. Adiantava que até o momento do restabelecimento da ordem constitucional, todas as autoridades deviam-lhe obediência, situação que somente cessaria com a reposição do Dr. Graco Cardoso no Governo do Estado. Ajustados os primeiros preparativos, a tropa da Policia da Bahia foi unir-se a segmento do Exército em Salgado. Daí partiram para Itaporanga D'Ájuda, onde os revoltosos recuaram para São Cristóvão e, de São Cristóvão recuaram ainda mais para Aracaju, em que a resistência foi efêmera fazendo-os capitular.

Em Carmópolis a resistência foi maior, em que pese o porfiado tiroteio que abafou a retaguarda dos tenentes. A calma somente voltou a reinar em Aracaju a 3 de agosto. Revoltosos eram capturados e levados ao Quartel do 28º Batalhão de Caçadores, outros entregavam-se voluntariamente. O tenente Augusto Maynard, auxiliado pelo amigo Brasiliano de Jesus, conseguiu fugir ao cerco e bateu-se em São Paulo, sendo preso e conduzido à ilha da Trindade, localizada a 1.150 Km a leste do Estado do Espírito Santo, que se havia transformado em prisão militar. Mais de 500 pessoas foram indiciadas em processos criminais, porém os ideais de liberdade permaneceram vivos entre os sergipanos. Com Maynard, nascia em Sergipe a liderança na luta contra a casagrande e a cana-de-açúcar, na expressão do Professor Artur Fortes.

O coroamento, porém, do movimento tenentista em Sergipe, deu-se com a Revolução de 30 e, principalmente com a nomeação do capitão Augusto Maynard para Interventor Federal no Estado. E, em sua homenagem, a Praia Formosa transformava-se em "Praia 13 de Julho", pelo Ato nº 11, do Intendente Municipal Camilo Calazans, publicado no Diário Oficial de 28 de novembro de 1930, em que Augusto Maynard Gomes foi reconhecido como o grande líder militar do levante de 13 de Julho de 1924.

JOSÉ ANDERSON NASCIMENTO é ocupante da Cadeira nº 20da Academia Sergipana de Letras

A Academia

A Academia Sergipana de Letras é a instituição literária sergipana que tem por finalidade o cultivo e o desenvolvimento das letras em geral e colaborar na elevação das artes e da cultura do Brasil e, de modo particular, em Sergipe.

Foi criada segundo o modelo da Academia Brasileira de Letras, por iniciativa do poeta Antônio Garcia Rosa e de outros intelectuais sergipanos, destacando-se, entre eles, José de Magalhães Carneiro, Cleómenes Campos, José Augusto da Rocha Lima, Rubens Figueiredo, Monsenhor Carlos Costa, Clodomir Silva e Manuelito Campos.

A Academia tem uma história toda especial, pois sucedeu à Hora Literária, instituição recreativa, fundada em 1º de abril de 1919, depois transformada em sociedade literária de caráter acadêmico autônoma, por decisão da Assembléia Geral de 17 de julho de 1927.

A Hora Literária tinha como objetivos a promoção do estudo; o envolvimento intelectual do cidadão e a difusão do pensamento.

Cumpria, a Hora Literária, as suas metas, quando o movimento em prol da fundação da Academia consolidou-se, principalmente a partir de 13 de abril de 1929, quando deliberou-se que para a composição do quadro acadêmico, ficariam mantidos os acadêmicos que pertenciam à Hora Literária.

Assim, a 1º de junho de 1929, a Hora Literária convertia-se na Academia Sergipana de Letras, dando grande brilho às letras sergipanas. Seu primitivo estatuto criou 16 cadeiras para os seus sócios acadêmicos, todas patrocinadas por sergipanos ilustres, já, falecidos, na seguinte ordem: Tobias Barreto, Silvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt Sampaio, Ivo do Prado, Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire, Maximino Maciel, Lapa Pinto, Maria Perdigão, Severiano Cardoso, Frei Luiz de Santa Cecília, Horácio Hora, Armindo Guaraná e Pedro de Calazans.

Segundo o mesmo estatuto, para ocupá-las foram considerados sócios acadêmicos, com posse de todos os direitos inerentes à dignidade do cargo e das funções, os escritores e poetas Antônio Garcia Rosa, Cleómenes Campos, Etelvina Siqueira e Hermes Fontes, José de Magalhães Carneiro, Ranulfo Prata, Manuelito Campos, Rubens de Figueiredo, Clodomir Silva e Gilberto Amado; filológo e orador José Augusto da Rocha Lima; oradores D. Antônio Cabral e Monsenhor Carlos Costa; pedagogos Manuel Santos Melo e Helvécio Andrade.

Posteriormente, foram integrados os 24 membros restantes, a exemplo da Academia Brasileira de Letras, constituindo, dessa maneira, o corpo dos 40 imortais. A Academia passou a adotar, como logomarca, uma coroa de louros, formada de dois ramos, presos por um laço de fita, tendo ao centro o mapa de Sergipe, dentro do qual consta a divisa: Dare lumina terris (Dar luz a terra), encimada com uma estrela pentagonal.

Em 1931, o Sodalício estava composto de 40 membros efetivos e de 20 correspondentes. Como patronos das cadeiras criadas, estabeleceu-se a seguinte ordem: Tobias Barreto, Sílvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt Sampaio, Ivo do Prado, Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire, Maximino Maciel, Lapa Pinto, Lima Junior, Severiano Cardoso, Frei Santa Cecília, Horácio Hora, Armindo Guaraná, Ascendino Reis, Pedro de Calazans, Vigário Barroso, Pereira Barreto, Coelho e Campos, Caldas Júnior, Martinho Garcez, Ciro Azevedo, Pedro Moreira, Dias de Barros, Monsenhor Fernandes da Silveira, Manuel Luiz, Conselheiro Orlando, Jackson Figueiredo, José Jorge de Siqueira, José Maria Gomes de Souza, Oliveira Ribeiro, Guilherme Rebelo, Joaquim Fontes, Conselheiro Aranha Dantas, Baltazar Góis e Brício Cardoso.

Nos anais do Cenáculo, figuram como primeiros ocupantes das cadeiras, renomados homens de letras, a começar por Antônio Garcia Rosa, José de Magalhães Carneiro, Cleómenes Campos de Oliveira, José Augusto da Rocha Lima, D. Antônio dos Santos Cabral, Gilberto Amado, Ranulfo Prata, Manuelito Campos de Oliveira , Rubens Figueiredo, Artur Fortes, Luiz José da Costa Filho, Monsenhor Carlos Camélio Costa, Clodomir Souza e Silva, Manuel José Santos Melo, Helvécio de Andrade, Hermes Fontes, Manuel dos Passos Oliveira Teles, D. Mário Miranda Vilas Boas,João Pires Wynne, Alfeu Rosas Martins, Joaquim Maurício Cardoso, João Passos Cabral, Joaquim Prado Sampaio Leite, Julio Ferreira de Albuquerque, Antonio Manuel Carvalho Neto, Florentino Teles de Menezes, Benedito da Silva Cardoso, Gervásio de Carvalho Prata, Abelardo Cardoso, Enock Matusalém Santiago, José Esteves da Silveira, Edson de Oliveira Ribeiro, Humberto Olegário Dantas, Olegário Ananias Silva, Augusto César Leite, Hunaldo Santaflor Cardoso, Pedro Sotero Machado, Marcos Ferreira de Jesus, Zózimo Lima, Epifânio da Fonseca Dória e Menezes.

Passaram, também, pelos assentos da Academia, expressões culturais do porte de Antônio Garcia Filho, Felte Bezerra, José Silvério Leite Fontes, Luiz Pereira de Melo, Luiz Magalhães, Severino Pessoa Uchoa, José da Silva Ribeiro Filho, Renato Mazze Lucas, José Maria Rodrigues Santos, Acelino Pedro Guimarães, João Freire Ribeiro, Urbano Lima de Oliveira Neto, João Batista Perez Garcia Moreno, Exupero de Santana Monteiro, Abelardo Romero, José Bonifácio Fortes Neto, Jorge de Oliveira Neto, José Augusto Garcez , Francisco Leite Neto, Gonçalo Rollemberg Leite, Josué Tabira da Silva, D. José Brandão de Castro, José Sebrão Sobrinho, Monsenhor Domingos Fonseca de Almeida, Luiz Rabelo Leite, José Olino de Oliveira Neto, Filadelfo Jônatas de Oliveira, Walter Cardoso, João Fernandes de Britto, Clodoaldo de Alencar, Núbia Nascimento Marques, João Gilvan Rocha, Luiz Garcia, Orlando Vieira Dantas.

As reuniões da Academia, a partir de 1932, aconteceram na Sala da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Sergipe, localizada no antigo Palácio da Justiça, na Praça Olympio Campos, onde atualmente funciona a Procuradoria Geral do Estado; mudou-se, depois para o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, na rua Itabaianinha, nº 41, já que, praticamente todos os acadêmicos eram, também, sócios dessa modelar instituição cultural.

No início da década de 70, as reuniões da Academia foram mais uma vez transferidas. Desta feita, graças aos trabalhos desenvolvidos pelos acadêmicos Severino Uchôa, então Presidente, e Emmanuel Franco, as tertúlias acadêmicas passaram a ter lugar no vasto salão do primeiro andar da antiga Biblioteca Pública, hoje Arquivo Público do Estado, na Praça Fausto Cardoso. E aí permaneceu por alguns anos, até que foi desalojada e transferida para o sobrado em que funcionou, antigamente, o Colégio Tobias Barreto, localizado na Rua Pacatuba, 288, o qual, aliás, é um dos últimos exemplares da arquitetura civil do início do século XX, em nossa cidade.

Como se vê, não foram fáceis esses longos anos de existência da Academia, já que para começar, não possuía uma local próprio. Ultimamente, porém, o tratamento melhorou e o Estado de Sergipe vem mantendo, com a instituição cultural, um pacto de uso do prédio público, numa total parceria, uma vez que ambos estão comprometidos com as ações de promoção, difusão e intercâmbio das atividades culturais e artísticas de Sergipe.

A Academia no curso dos seus 78 anos de existência tem sido reconhecida pela sociedade sergipana como a instituição cultural responsável pelo estímulo do movimento intelectual do Estado e, como tal, tem merecido do Poder Público e da iniciativa privada, as melhores atenções, sempre voltadas para a consecução dos seus objetivos, na incessante busca do desenvolvimento cultural e social do povo sergipano.

A Academia Sergipana de Letras é reconhecida, também, como a mais democrática das Academias do país, pois, em seu quadro, abriga não só literatos, como também homens de artes, humanistas e cientistas, dando, assim, uma ênfase especial à cultura em geral, cumprindo, destarte, as suas finalidades estatutárias.

Com efeito, na atualidade, as cadeiras acadêmicas estão ocupadas por intelectuais que nos diversos gêneros literários, como: José Lima Santana, Eduardo Garcia, Santo Souza, Emmanuel Franco, Luzia Costa Nascimento, José Amado Nascimento, Clara Leite de Rezende, Clodoaldo de Alencar Filho, José Abud, Hunald de Alencar, Wagner Ribeiro, Aglaé d´Ávila Fontes, Gizelda Santana de Morais, Luiz Eduardo Costa, Francisco Guimarães Rollemberg, Ofenísia Soares Freire, Mário Cabral, Dom Luciano José Cabral Duarte, Jácome Góes, José Anderson Nascimento, Bemvindo Salles Campos Neto, João Alves Filho, Luiz Antonio Barreto, João Oliva Alves, Manoel Cabral Machado, Luiz Carlos Fontes de Alencar, Maria Lígia Madureira Pina, Artur Oscar de Oliveira Déda, Estácio Bahia Guimarães, Luiz Fernando Ribeiro Soutelo, Marcelo da Silva Ribeiro, João de Seixas Dória, Carlos Britto, Jorge Carvalho do Nascimento, Marlene Alves Calumby, Acrísio Torres de Araújo, José Gilton Pinto Garcia, Carmelita Pinto Fontes, Maria Thetis Nunes e Ariosvaldo Figueiredo Santos.

Numa ação de grande incentivo, o saudoso ex-Presidente Antônio Garcia Filho, criou a 25 de agosto de 1984, o Movimento Cultural da Academia Sergipana de Letras, que, numa homenagem ao seu fundador, passou a ser denominado de Movimento Cultural Antônio Garcia Filho. Esse importante núcleo de difusão cultural reúne os escritores José Ferreira Lima, Cléa Maria Brandão Mendes, Ângela Margarida Torres de Araújo, Tânia Maria da Conceição Meneses Silva, Marcos Almeida, Gustavo Aragão, Josefina Cardoso Braz e Sergival Silva. A importância desse Movimento Cultural, no cenário acadêmico, foi confirmada, de forma unânime, com a eleição e posse de alguns dos seus antigos integrantes, para cadeiras acadêmicas, dentre eles: José Lima Santana, Acelino Pedro Guimarães, Maria Lígia Madureira Pina, Bemvindo Salles de Campos Neto, Marcelo Ribeiro e Luzia Maria da Costa Nascimento.

Entre as atividades da Academia figuram palestras, cursos, concursos literários, seminários, além da publicação da Revista e de livros de autores sergipanos. Promove, ainda, a preservação e a divulgação da Literatura e de outras manifestações culturais, mantendo intercâmbios com sociedades culturais brasileiras e estrangeiras, objetivando desenvolvimento cultural do povo sergipano.

José Anderson Nascimento
President
e

sexta-feira, 15 de maio de 2009

ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS





CLODOALDO DE ALENCAR FILHO
Solenidade de Posse - Dia 06 de fevereiro de 1981
Cadeira n. 8
Patrono: FELISBELLO FREIRE
Antecessor: LUIZ MAGALHÃES


Trechos do discurso de saudação e recepção proferido pelo
ilustre Imortal LUIZ ANTÔNIO BARRETO

Senhor Presidente:


É-me grato e honroso o destaque da incumbência de saudar e receber no " podium " acadêmico a Clodoaldo de Alencar Filho que vem participar do estado de morte do lembrado Luiz Magalhães, para desenlutar a Casa, pondo fim a sua postumária e germanar-se a nós. Esta solene rotina da entrada acadêmica confere intimidade á dialética da natureza, ainda porque a morte, como a vida, não se define, exérikmenta-se e sente-se.


Senhores Acadêmicos:

Apresento-vos CLODOALDO DE ALENCAR FILHO, rebento da rica estirpe alencarina originária das beiras equinociais do Brasil, de lá mais acima, onde canta a jandaia e onde a água verde esfrega seu sal no ' corpo alvo da terra.De lá por onde andou Mauricio Graccho Cardoso com seu gênio inquieto, servindo. Apresdemto- vos um sergipano de Estância, amanhecido aos primeiros clarões da Revolução Liberal que renovou a República, parte de um todo harmônico, pedaço de uma mesma sensibilidade,naipe de sons que se afinaram e ergueram o coro familial em apoio ao canto retumbante e alto do velho do velho patriarca. Apresdento-vos o filho de Clodoaldo de Alencar, o poeta de corpo metafórico, de corpulência pleunástica que acasalhava aguda e fina q inclinação sensorial, guardada e viva em seus deixados. Apresento-vos o bacharel das letras anglo- germânicas, iniciado na líguade Shakespeare, Milton e Tennyson, conviva de Poe, HJenry James, , Thoreau Emerson , Longfellow e Whitman no mesmo banquete da prosa ficcional.e ensaística e da poesia, alimentos que nutremo professor de literaturanorte norte-americana da Universidade Federal de Sergipe que apresento -vos, Senhores Acadênicos . É um homem simples .que bem poderia repetir Bernard Shaw: embora eu seja um homem de letras, não deveis supor, que não tentei viver a vida honestamente." E tentou: desde o magistériio como professor de Língua Inglesa do Colégio Salesiano do Salvador (, Ba) Estadual de Sergipe, Instituto Basil-Estados Unidos, IInstituto Sergipano de Cultura, nos cursos intessivos, no Instituto de Letras, Artes e Comunicação da Universidade FederaL de Sergipe, ou de Literatura Infantil, Psicologia Geral e Psicologia e Psicologia da Aprendizagem no curso de formação de professores do Colégio Tiradentes. Diante de nós um espécime de uma raça em extinção: um agente cultural.'

AGUARDEM "ALENCAR O RÁDIO E O TEATRO"

sábado, 9 de maio de 2009

DEL ALENCAR, MÃE EXEMPLAR - HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES

Ser Mãe


Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.
Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!
Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!


Coelho Neto

sexta-feira, 8 de maio de 2009

HUNALD ALENCAR - ESTANCIANA



ESTANCIANA

Hunald de Alencar
( Do livro inédito "ALVENARIA DA ÁGUA")



Senhora de Guadalupe
Era a lágrima da tarde:
Da janela se avistavam
Duas torres de saudades.

Os cristais eram mais belos
Com os verões juvenis:
O piano tinha uma sala
Povoada de boleros.



Mas era a brisa das águas
O bosque dos pensamentos:
As correntezas morenas
Dentro da carne dos ventos.



E quando a noite moldava
Os azulejos sombrios,
Senhora de Guadalupe
Recolhia as torres tristes
Na orfandade do rio.



HUNALD FONTES DE ALENCAR é Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, Professor de Lígua Portuguesa e Literatura Brasileira. Letrista e compositor de música popular, tendo sido premiado em vários festivais. Jornalista ex-Diretor da Galeria de Arte " Alvaro Santos ".



Várias obras publicadas , entre elas: " TEMPO DE LESTE ", " OITO POEMAS DENSOS ", " VERDE SILÊNCIO DA SEMANA " "POEMAS DE KANDOR OU A ESCRAVIDÃO DOS DEUSES" , " UMA VEZ EM DOLDUVAI" , " ELOGIO DOS PEIXES ÁGEIS ", a SOLIDÃO DAS PALAVRAS.



Há pouco tempo lançou, com grande êxito os livros de poemas intitulados: "ÁRIA SUSPENSA" e também "A VASSALGHEMS DAS PEDRAS". Por este último ganhou o prêmio SANTO SOUZA, da Prefeitura de ARACAJU.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

LEONARDO ALENCAR

"Pintor de todas as coisas deste mundo, extraordinário fixador de imagens, da natureza e da realidade do mundo corpóreo, como um verdadeiro humanista."
Prof. Carlos Eduardo da Rocha(crítico de arte)

terça-feira, 5 de maio de 2009

ANO NOVO

por Alencar Filho

As mesmas emoções de sempre:


uma sensação de alívio

por haver vencido mais um ano...

uma forte saudade

dos que se foram para o outro lado...


uma esperança, quase sempre infundada,

da realização dos sonhos programados...


e, nos lábios contidos dos mais velhos,

um murmúrio abafado;

... irei eu este ano...?

.. será minha vez...?


um suspiro mais profundo...

um gosto amargo na boca...

uma alegria méis disfarçada ou muito ingênua...


Feliz Ano Novo!

Feliz Ano Novooooo Voooo!


Gritos

Palmas

Beijos

Abraços

Álcool

Fumo

Sexo...


No dia 2 o “Comércio Abre”

Recomeça tudo de novo. até o próximo

Próximo

Feliz Ano Novo!

Feliz Ano Novooooooo!

sábado, 2 de maio de 2009

Teatro Sergipano




















Finalmente alguem se lembrou de publicar uma matéria sobre o teatro amador de Sergipe.

Terra Serigy, uma revista eletrônica que trata de assuntos ligados às coisas da gente e da terra sergipana.



















Assista:

http://emsergipe.globo.com/multimidia/?id=27337

sexta-feira, 1 de maio de 2009

A vida



“A vida é curta, quebre regras, perdoe rapidamente, beije demoradamente, ame verdadeiramente, ria incontrolavelmente, e nunca deixe de sorrir, por mais estranho que seja o motivo. A vida não pode ser a festa que esperávamos, mas enquanto estamos aqui, devemos dançar....”


Fonte: Autor Desconhecido